sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Potiguar inova ao produzir calçados de lona personalizados!



O Microempreendedor Individual do Rio Grande do Norte Uilo Andrade produz artesanalmente calçados à base de lona e os comercializa em atelier e loja virtual para todo o país. 

Natal – Consertar o solado e a costura dos tênis durante a adolescência não é algo comum entre os jovens, mas o Microempreendedor Individual (MEI) potiguar Uilo Andrade não só fez isso com maestria como também usou a atividade de base para empreender. Despretensiosamente, a experiência no manuseio dos calçados o levou, anos depois, a montar sua própria empresa, o atelier Alto do Sapateiro e a Parêa Calçados, uma loja virtual que comercializa sapatilhas artesanais feitas de lona. A ideia do negócio deu tão certo que desde a abertura, há dois anos e meio, o faturamento aumentou 75%, resultado da quantidade de pedidos, vindos de várias partes do Brasil. 

A utilização da lona como matéria prima para os calçados é o grande diferencial do negócio. O conforto e a beleza são os elementos mais relevantes para a Parêa, cujo nome significa par no Nordeste. “Através da lona conseguimos essas características, por ser um material leve, que se molda aos diferentes tipos de pés. Trabalhamos com estampas próprias a partir de técnicas que fogem ao comum, que são a serigrafia e a sublimação”, explica o microempreendedor. O trabalho já resultou em duas coleções com xilogravura (carimbo feito na madeira) e a próxima coleção para o alto verão está sendo feita com stencil.  

A Parêa dispõe de calçados de passeio, que vão das sapatilhas femininas e masculinas, sapatos e sandálias até a bota. Todos os modelos têm nome de embarcação. A bota é a Chalana, a sapatilha tem a Saveiro e a Canoa e a sandália é a Catraia. “Estamos preparando um novo modelo para lançar este mês, que é uma mistura de sapatilha e sandália”, adianta. 

A maior parte das vendas vem das sapatilhas femininas baixas, ou flat. No inverno, a Chalana é bem aceita pelo público e no alto verão, dezembro, janeiro e fevereiro a sandália Catraia é sucesso. A produção é por demanda de pedido. É fabricado um pequeno lote pronto, apenas para abastecer os estandes de vendas. Nos meses mais quentes, que são outubro, novembro e dezembro, são produzidos de 300 a 400 pares mensais.



Tudo é feito manualmente por Uilo Andrade no atelier Alto do Sapateiro, localizado na comunidade de Pium, que fica na divisa dos municípios de Parnamirim e Nísia Floresta. Quando a demanda aumenta, ele contrata prestadores de serviços parceiros. O espaço foi identificado pelo projeto Caminhos de Pium, idealizado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, com um potencial para visitas, dentro do contexto de produção associada ao turismo. 

A ideia é demonstrar como funciona uma fábrica de calçados artesanais. O visitante fica sabendo que os sapatos são feitos manualmente, um a um, com a utilização de pouquíssimas máquinas e ferramentas. Por isso, são exclusivos. “É possível ver o seu sapato ficando pronto. Com isso, o poder de personalizar o calçado é muito grande. Comparo sempre a visita ao Alto do Sapateiro como uma visita à cozinha de um restaurante que você vai comer. Depois de visitar, você se sente à vontade para fazer uma encomenda”, compara Uilo Andrade, que, além de artista plástico, já atuou em circo, toca sanfona profissionalmente desde os 17 anos e cursa Administração. 

Foi também graças ao projeto Caminhos de Pium que o artista plástico resolveu se formalizar como MEI, em 2011. O suporte do Sebrae o ajudou a fomentar ainda mais o negócio. Além da formalização, o microempreendedor teve a oportunidade de participar de feiras, estabelecer parcerias, fazer compras direta com o fabricante e vender com nota fiscal. “Foi aí que surgiu um novo cenário. Juntamente com a equipe de negócio do Sebrae, foi possível entrar para a venda a lojistas, o que incrementou bastante a nossa receita”. Desde o início das atividades, faturamento cresceu 75%.

Loja virtual


 As vendas cresceram também em função da loja virtual (www.parea.com.br), que estreou no fim de 2011. O primeiro lote, com 30 pares foi postado na rede social Facebook apenas como uma forma de ter um feedback dos amigos para a coleção do alto verão 2012. Todas as sapatilhas foram comercializadas na mesma semana pela internet. A loja virtual foi idealizada a partir de uma grande plataforma nacional de venda de artesanato e artigos femininos e agora em site próprio. A marca conquistou clientes fiéis em todo o Brasil. Além do Rio Grande do Norte, há grande volume de pedidos vindos dos estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.  

“No alto do Sapateiro, a sede da Parêa, eu tenho que está a todo instante ligado, com foco no processo produtivo das nossas encomendas, nos prazos e na reposição dos estoques. Atividades que estão ligadas ao gerenciamento e ao empreendedorismo”, diz referindo-se à gestão do negócio. 

Mas o lado criativo não fica em segundo plano. “Graças à formação artística, criar um novo modelo, combinar cores, elaborar estampas e coleções são atividades que não dão calafrio de fazer. É muito natural. Vou juntando todos os conceitos serão trabalhados e durante um tempo fico observando e pensando como pode transformar-los em calçados. E com o tempo começam os insights e os experimentos”, conta Uilo, revelando o segredo de conseguir criar com facilidade novos modelos e novas coleções a cada três meses. 

Serviço:
Central de Relacionamento Sebrae: 0800 570 0800
Agência Sebrae de Notícias (ASN-RN): (84) 3616-7855 | 3616-7910 | 3616-7911


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