segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Brinquedoteca de núcleo hospitalar auxilia recuperação de crianças no RN



Espaço foi reaberto após parceria com curso da UFRN em Currais Novos - RN. Alunos fazem capacitação e trabalham como voluntários no projeto. 

Os momentos de lazer proporcionados por uma brinquedoteca têm auxiliado a recuperação de pacientes em um complexo hospitalar da cidade de Currais Novos, na região Seridó do Rio Grande do Norte. Fechado por falta de funcionários, o espaço foi reaberto no ano passado por meio de uma parceria com o curso de Turismo do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), da Universidade Federal do RN (UFRN). 

No projeto "Os Turismólogos e as Atividades de Lazer no âmbito da Brinquedoteca Hospitalar", alunos se capacitam para trabalhar voluntariamente na instituição. Coordenadora da inciativa, a professora do CERES Currais Novos Josemery Araújo Alves enfatiza o aspecto social do projeto. “Proporcionamos a prática para os alunos e também incentivamos o contato com ações sociais, ajudando na recuperação de crianças. A experiência está sendo rica para todos”, analisa a coordenadora. 

A brinquedoteca funciona no centro onde estão localizados o Hospital Regional Dr. Mariano Coelho, a Fundação Hospitalar Padre João Maria e a Maternidade Ananília Regina, em Currais Novos. O local é um núcleo de referência regional e atende a pacientes de todo o Seridó. 

Tornar o espaço ativo era um antigo sonho dos funcionários do hospital. “É visível o efeito que esse espaço tem no tratamento das crianças. Elas ficam mais abertas às terapias e a recuperação é mais rápida”, avalia Benigna da Silva. 

Foi o caso de Antônio Luiz Dantas, de 11 anos, levado ao hospital após uma crise de apendicite. Um dia após passar pela cirurgia de remoção do apêndice, o garoto estava se divertindo na brinquedoteca do local. “Estou gostando daqui porque posso brincar. Na cama eu iria ficar só sentindo dor. Agora já parou de doer”, contou Antônio sorrindo, enquanto ganhava uma partida de um jogo de tabuleiro. 

Preocupados com a recuperação do garoto, os pais acompanhavam o filho de perto. “Só o fato de poder sair da enfermaria e vir brincar já mudou o ânimo dele. Ele estava inquieto e com dor e agora está mais tranquilo. Acho que esqueceu um pouco de onde está”, afirmou o pai da criança, Ivan Dantas de Souza.


Capacitação 

A brinquedoteca funciona todos os dias da semana com alunos voluntários e bolsistas do curso de turismo do CERES Currais Novos. A cada ano, cerca de 30 estudantes participam de um curso de capacitação de brinquedistas em ambientes hospitalares, promovido pela própria Universidade. A partir da formação, eles se tornam voluntários do projeto, que também funciona como experiência profissional na área de recreação. 

“Alguns alunos gostam tanto das atividades que não querem parar de ajudar”, ressalta Josemery Alves. É o caso da estudante Karine Álvares da Silva. Há um ano no projeto, a aluna entrou como voluntária, agora é bolsista e diz que pretende permanecer até terminar a graduação. 

Karine explica os cuidados que os brinquedistas têm no hospital. De início, veem quantas crianças estão internadas, abordam cada uma nos leitos e verificam se podem ir para o espaço brincar. Os voluntários fazem a higienização dos brinquedos e das mãos dos pequenos, participam das brincadeiras e os levam de volta ao leito, fazendo nova higienização do material utilizado antes de guardá-lo. “Em alguns casos, os que não podem ir até a brinquedoteca são atendidos na própria enfermaria”, destaca Karine Silva. 

A futura turismóloga diz se sentir feliz por participar de um projeto que contribui diretamente na recuperação das crianças. “É muito gratificante poder ajudar alguém”, ressalta Karine. Entusiasmada com os resultados obtidos pela brinquedoteca, a coordenadora Josemery Alves espera que a iniciativa estimule outros hospitais a adotar a ideia, ampliando o campo de atuação profissional dos turismólogos.



Doações 

Além do trabalho com as crianças no hospital, a equipe de voluntários também realiza campanhas de arrecadação de brinquedos. As datas principais de doação são o Dia das Crianças e o Natal, mas os donativos podem ser entregues em qualquer época do ano. 

“Quando a gente começou o trabalho, o espaço estava muito defasado e os brinquedos não atendiam às exigências de um ambiente hospitalar”, relembra Josemery Alves. Os moradores de Currais Novos responderam às solicitações do grupo e contribuíram formando o estoque atual. 

A professora explica que a defasagem ainda é grande porque o uso dos brinquedos é intenso, fazendo com que eles precisem ser renovados constantemente. “Às vezes, a criança está tão triste que deixamos que ela vá com o brinquedo para o quarto e, nesse processo, alguns acabam levando as peças para casa. Por isso estamos sempre em campanha”, relata.


G1 RN

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