Além das diferentes culturas, os turistas que virão neste
ano ao Brasil para a Copa das Confederações e para o Mundial de 2014 vão trazer
também doenças características de seus países. O Ambulatório do Viajante,
mantido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realiza estudos dos
vírus e das bactérias que podem circular nessas temporadas.
“Esses eventos de massa trazem doenças infecciosas, que vão
desde as transmissíveis pelas vias respiratórias até as sexualmente
transmissíveis (DSTs)”, disse a coordenadora do ambulatório e professora da
Faculdade de Ciências Médicas da UFMG, Marise Oliveira Fonseca. Há ainda,
segundo ela, o risco de reaparecimento de doenças que estavam controladas em
Minas como, por exemplo, o sarampo e a tuberculose.
Conforme a professora, quem desembarcar de países como a
Arábia Saudita ou do continente africano pode trazer a poliomielite. Ainda da
África, existe o risco da cólera e da tuberculose. Da Europa, podem vir o
sarampo e a rubéola, sendo que essa última também é comum na Ásia.
Baseado nos estudos, que começaram no ano passado, o
ambulatório irá produzir um material informativo para orientar moradores da
capital e turistas quanto às condutas preventivas que devem ser adotadas e os
sintomas das doenças típicas de cada continente, que podem ser disseminadas
durante os eventos. De acordo com Marise, esse trabalho será feito com o
Ministério da Saúde, que não esclareceu de que forma os brasileiros e os
estrangeiros serão orientados.
Alerta
Os dois eventos esportivos irão ocorrer nos meses de junho e
julho, época de inverno e período em que as doenças mais comuns são as
respiratórias. “Teremos que tomar cuidado com as gripes, principalmente, pois
têm vários tipos de vírus em diferentes países. Há também a possibilidade de
reintrodução da influenza A H1N1, conhecida como gripe suína”, disse a diretora
da Sociedade Mineira de Infectologia, Lucineia Carvalhais.
Ela informou que o risco de contaminação nos estádios será
pequeno, já que esses locais são abertos, mas os turistas também frequentarão
locais como bares e casas noturnas. Por isso, os mineiros e os visitantes devem
evitar lugares fechados com grande aglomeração de pessoas e lavar bem as mãos.
Ainda de acordo com Lucineia, o Estado é falho em
atendimentos a doenças respiratórias. “Nessa época, os hospitais ficam muito
cheios, e a capacidade de atendimento já é pequena”, ponderou. A coordenadora
do Centro de Informação Estratégica de Vigilância e Saúde (Cievs) da Secretaria
de Estado de Saúde, Tânia Marcial, garantiu que os hospitais terão capacidade para
atender a todos os turistas. Segundo ela, durante as Copas, o número de
trabalhadores em saúde pode aumentar.
A dengue é uma situação que preocupa em função da epidemia
que o Estado vive. Porém, Tânia afirmou que, até o início da Copa das
Confederações, em junho, a situação já estará controlada e não oferecerá risco
aos turistas.
Fonte: O
Tempo
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