A taxa
de desocupação de 5,4% em janeiro no país, a menor para o mês desde que
começou a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em março de 2002, teve a ajuda do calor para atingir a
marca. O sol movimentou uma série de serviços na praia, nos pontos turísticos e
durante o carnaval, principalmente no Rio de Janeiro e no Nordeste, diz o
instituto.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador da Coordenação de
Trabalho e Rendimento doIBGE, no
Rio de Janeiro, mais 37 mil pessoas trabalharam em janeiro na prestação de
serviços em turismo, hospedagem e alimentação, comparando com dezembro de 2012.
Na comparação com janeiro de 2012, foram mais 83 mil trabalhadores na área.
O coordenador explicou que, apesar de ser maior do que a
dezembro de 2012, quando marcou 4,6%, a taxa de desemprego de 5,4% em janeiro
era esperada e está estável em comparação aos meses de janeiro de 2011 e 2012.
Isso porque, em janeiro, acontecem as dispensas dos trabalhadores temporários
contratados para trabalhar nos meses que antecedem o Natal, explicou Cimar. A
situação é amenizada pelo Rio de Janeiro e pelos estados do Nordeste, que adiam
essa dispensa até pelo menos após o carnaval.
Cimar ressalta que merece destaque o cenário da Região Metropolitana de São
Paulo, que registrou alta taxa de desocupação, um aumento de 23,3% em relação a
dezembro, com mais 126 mil pessoas à procura de emprego, sendo que o nível de
ocupação teve variação negativa pouco expressiva, com queda de 1,3%, o que
significa que poucas demissões aconteceram. Segundo o coordenador, é preciso
esperar os resultados da PME de fevereiro e março para se ter uma explicação
para tal situação, que pode até significar mais confiança de quem estava na
inatividade e resolveu partir para a busca por um emprego.
Áreas de atuação
Nas áreas de atuação, a construção civil marcou uma queda significativa no
número de trabalhadores ocupados, com recuo de 5,2% em comparação a dezembro, o
que significa mais 95 mil pessoas fora desse mercado. A situação, para Cimar,
também precisa da análise de próximas pesquisas para se saber ao certo se a
atividade está em retração. Já a categoria dos empregados domésticos, a maior
queda de ocupação, de 5,9% em relação a dezembro, com menos 88 mil
trabalhadores na área, tem explicação: a oferta desses empregados este de fato
diminuindo.
“Com a escolarização, os trabalhadores domésticos procuram se inserir em outros
grupamentos com melhores condições de trabalho, com plano de carreira, e Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). E com o histórico de melhora de vida
da população, esse serviço se torna mais caro porque a demanda é maior que a
oferta”, disse Cimar.
Ele ressaltou que o salário dos empregados domésticos aumentou 1,6% em relação
a dezembro e 6% na comparação com janeiro de 2012. O coordenador chama atenção ainda para a melhora na qualidade do emprego. O
número de trabalhadores com carteira assinada em janeiro aumentou 4,1% em
relação ao mesmo mês de 2012.
Fonte: G1/Globo
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