O Fantástico mostrou uma investigação especial sobre a
maior obra de infraestrutura do Brasil: a Transposição do Rio São Francisco. O
projeto já se arrasta há cinco anos e deveria levar água para a região que
enfrenta a pior seca dos últimos 40 anos. A repórter Sônia Bridi e o cinegrafista Paulo Zero
percorreram mais de mil quilômetros pelo sertão do Nordeste. É mais uma
reportagem da série Brasil: Quem Paga é Você.
Já são dois anos, a estação das chuvas chega, as nuvens se
formam, mas não deixam cair uma gota de água. Estamos em Cabrobó, Pernambuco. A
apenas 20 quilômetros das margens do Rio São Francisco, a seca espalha suas
vítimas na beira da estrada. O gado morto se incorporou à paisagem, num tempo em
que só os urubus conhecem fartura. A transposição do São Francisco sempre foi polêmica. Os
grupos que se organizaram contra argumentam que ela põe em perigo o Rio São
Francisco, não resolve o problema da seca e só está sendo feita para irrigar as
terras dos ricos. Com a obra pronta, saberemos quem tem razão. Só que ela
deveria ter sido concluída no final de 2012. E ainda há trechos em que as obras
estão abandonadas.
O sertanejo ainda vai ter que esperar três anos para ver a
água correndo por esses canais. Além disso, nesse período o custo disparou.
Começou em R$ 4,7 bilhões e já chega a R$ 8,2 bilhões. Um aumento de 80%.
“A Lei de Licitações e Contrato é muito clara. E nela se
você verificar lá no artigo sexto, que ela tem vários incisos detalhando o
projeto básico. Que é exatamente para ele ser um projeto detalhado. Então,
quando você começa um projeto, bota uma licitação na rua com um projeto básico
mal feito, deficiente e sem planejamento, o resultado é a obra paralisada. São
obras mal feitas, com má qualidade e sem o resultado esperado pela população”,
esclarece o Ministro do TCU, Raimundo Carreiro.
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