terça-feira, 4 de outubro de 2011

RIO GRANDE DO NORTE!


Castanha de caju, artesanato e forró geram bons negócios no RN

 

Iniciativas atraem turistas a Natal.
Centro de turismo funciona onde antes era uma cadeia.

No Rio Grande Do Norte, a castanha de caju, o artesanato e o forró geram bons negócios e atraem turistas. Para o empresário Tarcísio Lucena, a castanha de caju é um negócio altamente lucrativo. Ele vende o produto assado, torrado, desidratado, com gergelim e leite condensado. Aqui, o segredo é inovar sempre. “A castanha de caju torrada, o pacote custa em média R$ 12. A caramelizada tem valor de R$ 14,40. Uma margem de lucro a mais entre 15% e 20%. Vale a pena agregar e valorizar o produto”, diz. O empresário compra as castanhas in natura e beneficia em uma fábrica. O negócio surgiu há 20 anos e hoje processa mais de 20 mil kg de castanhas por mês, de todos os tipos. Em um dos produtos, primeiro a castanha é frita, passa por uma centrífuga para tirar o excesso de óleo e depois é embalada.

Nesse negócio, uma questão é estratégica: o capital de giro para comprar matéria prima.
Em Natal, a castanha de caju é conhecida como ouro branco: valiosa, disputada e escassa. O empresário deixa de vender por falta de castanhas. O problema é que a safra é durante três meses – de novembro a janeiro. E ganha quem tem cacife para bancar a compra e guardar para os outros meses.

Para se ter uma idéia, a empresa estoca um milhão de quilos de castanha in natura por ano. O valor disso: mais de R$ 3 milhões. Daí a fama de ouro branco. Segundo o empresário, é possível começar uma fábrica com R$ 300 mil, para comprar equipamentos e fazer um pequeno estoque. Lucena vende para todo o país e ainda exporta castanhas para Portugal e Itália. Em Natal, ele tem três lojas próprias. Em uma delas, os personagens Maria Bonita e Lampião atraem turistas, e a casa lota. Em média, são 500 pessoas comprando castanhas por dia.

“Eu como um pacote praticamente sozinho. É muito bom. Então, a gente está levando para Campinas (no interior de São Paulo), para família experimentar também”, diz Rodrigo Cintra, consumidor. Animado com o sucesso, o empresário tem planos bem definidos de crescimento. “Temos o intuito de abrir mais cinco lojas nesse estilo, no Nordeste, em cidades que têm praia, para poder alcançar nosso objetivo.”

Artesanato
Outro produto típico é o criativo artesanato do Rio Grande do Norte. Roupas, bonecos, enfeites, bebidas. Tudo é vendido em um centro de comércio – parada obrigatória para quem visita Natal. O centro de turismo de Natal é um dos principais patrimônios históricos da cidade. O curioso é que o local antes era uma cadeia. No lugar das celas, hoje funcionam pequenos negócios. Em cima dá até para ver a identificação da cela. Ao todo são 40 lojas que recebem que quase 200 mil turistas por ano, atraídos pelo artesanato variado, pelos mistérios e pelos encantos do lugar. Afinal, a cadeia tinha uma das mais belas vistas da cidade, de frente para o mar.

O espaço pertence ao governo do estado, e é alugado para os lojistas. Aqui, cada empresário fatura em média R$ 15 mil por mês. A, por exemplo, vende roupas e enxovais. Atende mais de 40 clientes por dia. “Os turistas perguntam sempre, ‘ah, aqui é a antiga cadeia’, a gente fala, ‘é sim’, ‘ah ainda tem as grades’, a gente diz ‘tem, só mudamos a decoração da loja’”, afirma Vanuzia Varela, vendedora. A paulista Silvia Regina Mota montou a loja há 22 anos, e nem pensa em sair. Ela vende mais de 300 peças por mês. “Tudo é daqui, do Rio Grande do Norte, a gente já tem os fornecedores certos, eles já vêm nos visitar e já trazem a mercadoria semanalmente”, afirma.

O destaque da loja são os derivados do caju. Tem a fruta em suco, em passa, cristalizada, mel, enfeites e até cachaça de caju. Nas noites de quinta-feira, o centro de turismo ganha um reforço extra. No pátio da cadeia onde os presos tomavam sol, hoje são apresentados espetáculos de forró. A dança é um negócio à parte, administrado pelo empresário Igor de Albuquerque. Cada turista paga R$ 20 para entrar. E o faturamento por noite de forró é de R$ 10 mil reais. “O forró é um ótimo negócio, a gente aluga aqui o prédio ao governo, e deu muito certo essa iniciativa, a gente está há mais de 1200 quintas-feiras, a casa está sempre lotada”, diz o empresário. O som é contagiante com a participação de dançarinos e turistas.



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