domingo, 10 de abril de 2011

CIDADE DE APODI - RN


Abordagem indicada, pelo aluno aprovado no Curso de Turismo da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Campus: Mossoró - RN:


Isaac Tarcio



Um dos moradores que conhece bem a cidade de APODI, Isaac tornou-se então interessado em mostrar a história e as belezas que compõe este lugar, uma cidade que possui  um forte atrativo turístico da região, ocasionado pelo turismo de lazer, religioso e  o de eventos. Fica então presente nesse contexto a abordagem referida.



 APODI – RN
No meio da caatinga nordestina, em pleno sertão potiguar, a cidade de Apodi e o Lajedo do Soledade despontam como uma das melhores opções para o turismo cultural e histórico. A Chapada de Apodi faz parte do Pólo Costa Branca e suas pinturas pré-históricas esperam a visita do turista há milhares de anos.



Um dos primeiros desbravadores da Região Oeste do Rio Grande do Norte foi Manoel Nogueira Ferreira, que veio numa expedição oriunda da Paraíba, chegando ao local em 1680. Foi desafiando obstáculos, como longas caminhadas pelas matas catingueiras, índios bravos, doenças infecciosas e animais selvagens, que o colonizador, com apenas 25 anos, chegou às margens da Lagoa Itaú, mais tarde chamada Lagoa de Apodi.Naquela época, os irmãos Manoel Nogueira Ferreira e João Nogueira conseguiram permissão para colonizar a Ribeira do Apodi, travando uma longa batalha pelas terras com os índios Paiacus, que habitavam toda a chapada. Com uma forte rebelião dos Paiacus, ocorrida entre os anos 1687 e 1696, os irmãos Nogueira tiveram que se retirar da área. Eles voltaram anos depois, com Manoel Nogueira na condição de Sargento-mor da Ribeira do Apodi. A partir de então, a colonização começou a progredir.
Dessa forma, a cidade de Apodi foi descoberta e iniciou-se a economia agrícola, pastoril e foram abertas as vias de comunicação. Eram os primeiros passos de sua ocupação. Nesse tempo, foi implantada a Aldeia dos índios de Apodi, sendo os padres jesuítas João Guincel e Felipe Bourel os primeiros missionários a chegar à região em 1700. A Missão do Apodi foi extinta em 1761 e os índios transferidos para a sede do município de Portalegre.
Apesar de as Missões não terem conseguido “civilizar” os índios Paiacus e torná-los cristãos, os outros objetivos foram conseguidos, como o acesso a terra e a mão-de-obra, alem de outros serviços escravistas, como a utilização de guerreiros indígenas contra outros índios para garantir o avanço das frentes de colonização e a segurança de áreas já ocupadas.
Alguns historiadores afirmam que o guerreiro Paiacu tinha estatura alta, enquanto as mulheres eram de estatura baixa, gordas e de boa aparência. Os homens eram fortes, robustos, possuidores de muita força e tinham cabelos pretos. Os Paiacus andavam inteiramente nus. Os homens colocavam um cendal (tecido fino e transparente) nas partes genitais e as mulheres usavam um avental confeccionado de folhas. Usavam sandálias feitas da casca de uma arvore que chamavam de caraguá e pintavam seus corpos com tinta de jenipapo e urucu.
Conforme o etnógrafo e historiador Câmara Cascudo, a origem o nome Apodi vem da corruptela indígena “a-podi” ou “a-poti”, coisa firme, altura, uma chapada, um planalto. “Não há nenhuma relação com fumo, tabaco, petim, petum, pitim. A tradição é ter o ouvidor (no período colonial, o juiz posto pelo donatário) Cristóvão Soaes Reimão decidindo-se oficialmente por Apodi”.

Banhado pelas águas do Rio Apodi, o município está a 40 km de Mossoró e 420 km de Natal, contando com uma população em torno de 35 mil habitantes, em área rural e urbana. Na economia local, o destaque é a piscicultura em pleno desenvolvimento; exploração da castanha do caju; extração de petróleo, gás natural e água mineral; a agricultura, com frutas tropicais; e tem no turismo seu maior potencial.

  
Marco Edificado
 
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
Casa de Cultura Apodi
Prefeitura Municipal de Apodi
Museu arqueológico Lajedo Soledade
Biblioteca Municipal Walter de Brito Guerra
Centro Comunitário do Lajedo de Soledade

Festas da Cidade
 
Carnaval
Festa Junina
Malhação de Judas
Vaquejadas
Forrós
Emancipação política (26 de Junho)
Festa da Safra do Cal
Festa do Oeste leite
Festa do Caprino
Apodi Folia.


Há 10 mil anos, Apodi espera sua visita:


Pintura rupestre em forma de arara, dando nome ao sítio arqueológico "Parque das Araras", no Lajedo do Soledade.

É como se tivéssemos a certeza que um dia o sertão já foi um grande mar. Andar nas trilhas das ravinas do Lajedo do Soledade é mergulhar na pré-história através das paredes das rochas, repletas de inscrições rupestres, esperando o olhar silencioso do visitante há milhares de anos.

Quando as águas do oceano recuaram, deixaram fósseis de moluscos e peixes entre as pedras calcárias da chapada, preservados para o espanto de toda a gente que visita o Museu do Lajedo, guardião dos mistérios das terras apodienses, onde um dia já foi à taba dos guerreiros Paiacus.

O Lajedo de Soledade constitui uma das maiores exposições de rocha calcária do Estado. Nela encontram-se 56 abrigos sob rocha, contendo um impressionante conjunto de inscrições rupestres da tradição agreste, datadas de 3 a 10 mil anos. As pinturas e gravuras rupestres vistas nas grutas, fendas e cavernas estão presentes em dezenas de painéis espalhados em três áreas demarcadas: Araras, Urubu e Olho d’Água.

Nas ravinas, os turistas podem ver desenhos de araras, garças, lagartos e formas geométricas ainda não decifradas, feitas com as pontas dos dedos, com pequenos galhos, pincéis primitivos e com carimbos desenhados nas mãos. A tinta usada era obtida com o uso do óxido de ferro, sangue de animais, gorduras vegetal e animal. Ainda foram encontrados fósseis de animais pré-históricos, como ossos de mastodontes, preguiças e tatus gigantes, além de moluscos petrificados.

Os fósseis podem ser vistos no Museu do Lajedo, que também vende o artesanato produzindo no Centro de Atividades do Lajedo, como peças de cerâmica, camisetas pintadas com temas locais, entre outros artigos. O local recebe cerca de dez mil visitantes por ano, constituindo-se num dos principais atrativos ecos-culturais do Rio Grande do Norte. O Lajedo de Soledade e o Museu Soledade ficam abertos de terça a domingo.



Escrituras rupestres no Lajedo do Soledade.






Igreja Matriz de São João Batista.


Zoológico de Pedras.



Potencial turístico da Chapada de Apodi



Casarão do Ameno, local onde o cangaceiro Massilon pernoitou. 


Ali, às margens da grande Lagoa de Apodi, lugar aprazível pelas suas águas mansas e densa floresta de carnaúbas, o município foi fundado como uma sesmaria, nos confins do século XVII. É verdade que os índios foram expulsos do seu torrão, mas não sem antes travarem batalhas ferozes que deixaram nódoas de sangue na beira da lagoa.

Para entender a bravura do sertanejo, é preciso visitar o imponente Casarão do Ameno e voltar ao tempo do cangaço, quando Massilon Leite saqueou e queimou a cidade em 1927, indo em seguida se juntar ao bando de Lampião para atacar Mossoró. A grande casa do sítio, intocável na sua essência, é o galardão de uma terra de bravos, abarrotado de fatos notáveis.

O elemento lúdico da viagem à Apodi fica por conta do Zoológico de Pedras, no meio do sertão seco, onde gatos, cobras, raposas, pebas, macacos e outros animais catingueiros habitam as pedras numa exposição de gravuras ingênuas, representando uma trupe de saltimbancos sertanejos.

Alheio ao turismo cultural, o homem do campo guarda suas esperanças nas águas da Barragem Santa Cruz, um exuberante lago artificial armazenando 600 milhões de metros cúbicos de água, garantia de mesa farta nas casas de boa fé. Nos finais de semanas descabidos, o sangradouro jorra água constante para um banho de lavar a alma, enquanto os bares às margens da barragem oferecem peixe frito pescado na hora, nutrindo o prazer da gula.

A revoada dos bem-te-vis sobre os casarios coloniais da cidade anuncia que é hora do aconchego, no momento em que o sol descansa lentamente por trás da imensa chapada. A certeza de uma vida honesta é assegurada pelo padroeiro São João, durante as novenas na igreja e nas festividades profanas, quando as chuvas de junho abençoam toda a gente do lugar.

Percorrer os 420 km que separam o município de Apodi da capital potiguar é navegar pelas cavernas do tempo, onde a história de um povo funde-se à natureza exuberante da região, dando ao visitante a convicção de que um dia o sertão já foi mar, sim senhor!


2 comentários:

  1. Obrigado pela matéria ficou muito boa valeu....

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  2. De Nada!!! Tentei Mostrar o principal contexto turistíco dessa cidade, que atrai tanta gente> agradeço a voçê. Volte sempre!

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