Supremo mistério
Trabalho especial custou quase 300 mil reais e prefeitura
engaveta resultado culpando universidade. Sobrou para a Universidade do Estado do RN (UERN). A culpa
pela não divulgação até hoje da auditoria realizada na folha de pessoal da
Prefeitura de Mossoró, terminou recaindo sobre a instituição.
Jório diz que Uern não é infalível. Existem erros (Foto:
reprodução)
Em debate acirrado hoje no plenário da Câmara Municipal,
a bancada governista rejeitou requerimento para apresentação da
auditoria, alegando que o trabalho está “com erros”. A proposição foi do vereador Tomaz Neto (PDT). Contudo bem
antes, no dia 27 de julho, há um mês (veja AQUI), ele já pedira cópia através de ofício protocolado no
Palácio da Resistência, sede da Prefeitura. Até hoje, sem resposta.
Escudando o governo, o vereador Jório Nogueira (PSD) foi
cortante em seus argumentos contrários à apresentação pública da auditoria,
realizada pela Uern. Segundo ele, a Uern é passível de falhas e, por isso, seria
prudente não apresentar o relatório do que foi levantado. Para ser mais
convincente, foi mais incisivo.
No calor da altercação com os vereadores Tomaz Neto e
Genivan Vale (PROS), principalmente, assinalou: “a Uern forma cidadãos que
não sabem fazer um ó com uma quenga” (sic). Portanto, pode errar, sim.
O líder da bancada governista, Soldado Jadson
(Solidariedade), foi mais polido e erudito, ponderando que a auditoria continha
algumas “incongruências” (absurdos, desarmonias etc.).
Reitor silente
O relatório da auditoria na folha de pessoal foi entregue ao
prefeito Francisco José Júnior (PSD) no dia 13 de junho último. Faz, portanto,
quase dois meses e meio que está guardado.Esse trabalho foi visto por ele como “fundamental” para
poder administrar o município com informações seguras. Foi assim que justificou
a medida quando era prefeito interino e durante campanha eleitoral suplementar,
quando apresentou a ideia como uma bandeira de “transparência”.
Francisco José Júnior chegou a ponto de gracejar durante
debate promovido pela TV Cabo Mossoró (TCM) no dia 28 de abril passado, com os
candidatos à prefeitura. Disse para a concorrente Larissa Rosado (PSB), que ao
receber a auditoria enviaria até uma cópia para ela.
Reforma Administrativa
O documento tem cerca de 250 páginas e foi entregue numa
reunião com o prefeito e outros auxiliares, em meio a uma explanação dos
auditores da Uern, durante quase três horas. O material investigou a situação
funcional um contingente da ordem de 6.300 servidores, entre
comissionados, terceirizados e efetivos.
A Prefeitura de Mossoró chegou a anunciar em sua própria
página na Internet, que a auditoria “serviria” para nortear sua reforma
administrativa. A reforma foi aprovada pela Câmara Municipal e, pelo visto,
ignorando o estudo científico da Uern, que custou R$ 299.600,00 mil aos cofres
públicos. A Previ-Mossoró, autarquia que administra a previdência própria dos
servidores municipais, assegurou pagamento de 50% do custo.
Enfim, dinheiro público e dinheiro do próprio servidor
investido. Até aqui, para continuar engavetado, envolto em seus próprios
mistérios.
Mais derrubada
A bancada governista da Câmara Municipal de Mossoró derrubou
também o requerimento do vereador Genivan Vale que pedia esclarecimentos sobre
débitos da Prefeitura com cooperativas médicas. O parlamentar solicitava que o
Executivo encaminhasse à Casa Legislativa o relatório com o total de débitos
com as cooperativas dos anestesiologistas e obstetras.
O requerimento tinha como objetivo esclarecer o impasse que
fez com os serviços de anestesiologia e obstetrícia fossem suspensos no
município. “O prefeito diz que não deve e os médicos dizem que a PMM deve. O
relatório possibilitaria à Câmara ajudar a encontrar uma solução para
o problema”, declarou Genivan, lamentando o posicionamento da bancada.
Fonte: http://blogcarlossantos.com.br/governo-segura-auditoria-e-sua-bancada-culpa-a-uern/
Nenhum comentário:
Postar um comentário