quinta-feira, 5 de junho de 2014

Cultura sem Fronteiras vai bancar intercâmbio na Europa para alunos de Humanas



Antes barrados pelo programa Ciência Sem Fronteiras - que dá bolsas de estudos para universitários brasileiros de Exatas e de Saúde estudarem no exterior -, agora os alunos de Humanas terão acesso a um programa similar também do Governo Federal: o Cultura sem Fronteiras. A nova ação, sob coordenação do Ministério da Cultura (MinC) está prestes a ser lançada pela pasta.

A iniciativa vai seguir a mesma linha do "programa-irmão". A principal diferença é que o novo programa do MinC vai focar em cursos ligados às humanidades e às ciências sociais aplicadas, como Administração, Design e Moda.

"Até agora, só os estudantes de Exatas tinham essa oportunidade para obter bolsas no exterior, por meio do Ciência sem Fronteiras. Para ampliar as possibilidades, estamos fazendo o Cultura sem Fronteiras", afirmou, em comunicado, a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

De concreto até o momento o MinC já fechou parcerias com universidades de dois países: a Itália e a Espanha. Duas instituições já fazem parte do Cultura sem Fronteiras e estarão aptas a receber universitários brasileiros para intercâmbios de graduação de um ano. A Universidade de Bolonha, na Itália, é uma delas. O Instituto Europeu de Design (IED), que tem duas de suas unidades na Espanha (em Madri e Barcelona), é a outra instituição que já firmou convênio com o MinC.

Como a pasta ainda está desenhando o escopo geral do programa e planejando parcerias com outras instituições de ensino, por enquanto apenas um edital já foi anunciado pelo ministério. Está previsto para este ano a seleção dos 10 primeiros bolsistas que farão intercâmbio no IED. A seleção, contundo, ainda não foi aberta. Sabe-se apenas que poderão participar do edital estudantes de Administração, Design, Moda e Programação Visual.

Indústria Criativa

A ideia por trás do Cultura sem Fronteiras é oferecer oportunidades para estudantes ligados à Indústria Criativa, que por ser uma área interdisciplinar, relaciona-se com uma série de campos de conhecimento, com um envolvimento especial de cursos de Comunicação e Artes. Segundo o iG Educação apurou, a previsão é que o Audiovisual, a Animação e as Artes Visuais também possam ser contemplados como cursos prioritários do programa.

Tal expectativa de inclusão desses cursos de Comunicação, Artes e Cinema, contudo, ainda não foi anunciada publicamente pelo ministério. Esse é um dos motivos que faz com que o estudante de comunicação social da PUC Minas, Igor Patrick, de 21 anos, ainda não comemore por completo a criação do programa do MinC.

"Acho o Cultura sem Fronteiras, um programa puramente eleitoreiro. Chegou oportunamente tarde, não abarca nem de longe todo mundo que foi prejudicado em 2012 pelo Ciência sem Fronteiras [quando os alunos inicialmente foram barrados] e oferece, inicialmente míseras 10 vagas", explica Patrick.


O estudante foi um dos milhares de universitários que tentaram participar do programa Ciência sem Fronteiras anteriormente. No entanto, eles foram impedidos pelas agências de fomento do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que administram a iniciativa.

Ministério da Cultura

Consultado, o MinC informou que ainda não foi definida a existência de metas para o Cultura sem Fronteiras - como ocorre com o programa-irmão -  por que "os dados mais concretos ainda estão sendo elaborados". A pasta ainda não possui os valores absolutos do custo total do programa.

"Programa-irmão"

O Ciência Sem Fronteiras - uma das principais plataformas políticas da presidente Dilma Rousseff na área de educação -, tem um custo que ultrapassa os R$ 3 bilhões. Ele foi criado em 2011 com a pretensão de enviar 101 mil bolsistas ao exterior, especialmente estudantes de graduação. O seu foco são alunos das áreas Tecnológicas, Engenharias e Saúde.



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