Antes barrados pelo programa Ciência Sem Fronteiras - que dá
bolsas de estudos para universitários brasileiros de Exatas e de Saúde
estudarem no exterior -, agora os alunos de Humanas terão acesso a um programa
similar também do Governo Federal: o Cultura sem Fronteiras. A nova ação, sob
coordenação do Ministério da Cultura (MinC) está prestes a ser lançada pela
pasta.
A iniciativa vai seguir a mesma linha do "programa-irmão". A
principal diferença é que o novo programa do MinC vai focar em cursos ligados às
humanidades e às ciências sociais aplicadas, como Administração, Design e Moda.
"Até agora, só os estudantes de Exatas tinham essa oportunidade para obter
bolsas no exterior, por meio do Ciência sem Fronteiras. Para ampliar as
possibilidades, estamos fazendo o Cultura sem Fronteiras", afirmou, em
comunicado, a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
De concreto até o momento o MinC já fechou parcerias com universidades de dois
países: a Itália e a Espanha. Duas instituições já fazem parte do Cultura sem
Fronteiras e estarão aptas a receber universitários brasileiros para
intercâmbios de graduação de um ano. A Universidade de Bolonha, na Itália, é
uma delas. O Instituto Europeu de Design (IED), que tem duas de suas unidades
na Espanha (em Madri e Barcelona), é a outra instituição que já firmou convênio
com o MinC.
Como a pasta ainda está desenhando o escopo geral do programa e planejando
parcerias com outras instituições de ensino, por enquanto apenas um edital já
foi anunciado pelo ministério. Está previsto para este ano a seleção dos 10
primeiros bolsistas que farão intercâmbio no IED. A seleção, contundo, ainda
não foi aberta. Sabe-se apenas que poderão participar do edital estudantes de
Administração, Design, Moda e Programação Visual.
Indústria Criativa
A ideia por trás do Cultura sem Fronteiras é oferecer oportunidades para
estudantes ligados à Indústria Criativa, que por ser uma área interdisciplinar,
relaciona-se com uma série de campos de conhecimento, com um envolvimento
especial de cursos de Comunicação e Artes. Segundo o iG Educação apurou, a
previsão é que o Audiovisual, a Animação e as Artes Visuais também possam ser
contemplados como cursos prioritários do programa.
Tal expectativa de inclusão desses cursos de Comunicação, Artes e Cinema, contudo,
ainda não foi anunciada publicamente pelo ministério. Esse é um dos motivos que
faz com que o estudante de comunicação social da PUC Minas, Igor Patrick, de 21
anos, ainda não comemore por completo a criação do programa do MinC.
"Acho o Cultura sem Fronteiras, um programa puramente eleitoreiro. Chegou
oportunamente tarde, não abarca nem de longe todo mundo que foi prejudicado em
2012 pelo Ciência sem Fronteiras [quando os alunos inicialmente foram barrados]
e oferece, inicialmente míseras 10 vagas", explica Patrick.
O estudante foi um dos milhares de universitários que
tentaram participar do programa Ciência sem Fronteiras anteriormente. No
entanto, eles foram impedidos pelas agências de fomento do Ministério da
Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que
administram a iniciativa.
Ministério da Cultura
Consultado, o MinC informou que ainda não foi definida a existência de metas
para o Cultura sem Fronteiras - como ocorre com o programa-irmão - por
que "os dados mais concretos ainda estão sendo elaborados". A pasta
ainda não possui os valores absolutos do custo total do programa.
"Programa-irmão"
O Ciência Sem Fronteiras - uma das principais plataformas políticas da
presidente Dilma Rousseff na área de educação -, tem um custo que ultrapassa os
R$ 3 bilhões. Ele foi criado em 2011 com a pretensão de enviar 101 mil
bolsistas ao exterior, especialmente estudantes de graduação. O seu foco são
alunos das áreas Tecnológicas, Engenharias e Saúde.
Fonte: Ultimo Segundo
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