terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Vândalos danificam painéis do Sitio Arqueológico do Lajedo de Soledade em Apodi - RN



Na manha desta segunda-feira (06/01/2014), a Delegacia de Policia Civil da cidade de Apodi, foi informada que painéis do lajedo de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, teriam sido vitima da ação de vândalos. 

Uma equipe de policiais esteve no local, onde constataram a veracidade das informações. O local onde os vândalos provocaram a dano foi o painel das araras. O que se observou no local foi que com o uso de fogo, uma pessoa escreveu a letra “R”, entre as pinturas rupestres, que se tornaram o símbolo do Lajedo da Soledade. 

Com a ajuda da população, a policia já tem nomes de alguns suspeitos.  “É questão de tempo para localizarmos os suspeitos”, disse um dos policiais que esteve no local. Moradores do Distrito de Soledade afirma que o Lajedo de Soledade é usado por pessoas como local de consumo de drogas. O caso será investigado pelo Delegado Renato Oliveira, titular da Delegacia de Policia Civil de Apodi. 

O Lajedo


O Lajedo de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, está localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, no município de Apodi, a 12 km do centro da cidade. O município tem cerca de 33 mil habitantes e fica a cerca de 335 km de Natal (cerca de 4 horas e 30 minutos de carro ) e a 76 km de Mossoró, a segunda maior cidade do Estado.

Localizado numa área de um quilômetro quadrado de rocha calcária, do período paleolítico, o Lajedo de Soledade quase foi destruído pelos produtores de cal da região. Mas a intervenção de geólogos da Petrobras e dos próprios moradores do distrito do Lajedo, no início da década de 90, acabou salvando este sítio.

No lajedo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encontraram fósseis de animais pré-histórico, como o bicho-preguiça e tatus gigantes, mastodontes e tigres-de-dente-desabre que viviam no Nordeste no período Glacial, além de pinturas rupestres.

São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias. Segundo pesquisadores, os desenhos dessas pinturas teriam sido feitos por índios que habitavam essa região no período pré-histórico. 


A área do lajedo está situado a menos de 300 metros da vila de casas dos moradores desse distrito, que fica a 6 km da margem direita da BR-405, que liga Mossoró a Apodi. O acesso é por estrada asfaltada até o distrito. 

Segundo os geólogos da Petrobras, que na década de 90 ajudaram a população a criar a Fundação Amigos do Lajedo de Soledade (FALS) e a instalar o Museu e o Centro de Atividades do Lajedo (CAL), há 90 milhões de anos, toda a área era coberta por um mar raso que, ao recuar, relevou uma grande extensão de rocha calcária.

O lajedo é constituído por uma área de rocha calcária que sofreu a erosão da água das chuvas, abrindo um mini cânion com cavernas e fendas onde estão gravadas as pinturas rupestres, representando figuras de espécies que seriam araras, papagaios, garças, lagartos e formas geométricas. Já foi tema de documentário de 30 minutos na BBC de Londres. Ocupou páginas de revistas e jornais de circulação nacional e internacional. Foi tema de inúmeras reportagens na TV e em vários outros veículos de comunicação do Brasil. É fonte inesgotável de conhecimento científico para centenas de pesquisadores, inclusive as mais respeitadas do mundo. Recebe, por mês, até 700 visitantes, dos quais 90% são estudantes e professores.



Reprodução Cidade News Itaú via F5 apodi

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