Já existe uma nova forma de produzir energia elétrica
proveniente de fontes limpas e a primeira grande experiência
brasileira está acontecendo nesse mês: tirar energia das ondas do mar.
Localizada no Porto de Pecém, no Ceará, a primeira usina para esse tipo de
produção está em desenvolvimento e será lançada na Conferência rio+20. O
potencial brasileiro é considerado altamente favorável: afinal, são 8 mil
quilômetros de extensão de litoral. Território que seria capaz de receber
usinas de ondas capazes de produzir 87 GW.
Como funciona
Os dois braços mecânicos já estão instalados no píer
de Pecém e na ponta de cada um deles há, em contato com a água, uma bóia
circular que sobe e desce de acordo com o movimento das ondas. É esse movimento
contínuo das bóias flutuadoras que aciona bombas hidráulicas e faz com que a
água no interior de um circuito fechado circule em ambiente de alta
pressão. ”Fazendo uma analogia com uma usina hidrelétrica, em vez de
termos uma queda d’água, temos isso de forma concentrada em dispositivos
relativamente pequenos, onde a pressão simula cascatas extremas de 200 a 400
metros” — explica Segen Estefen, professor de engenharia da Coppe, que
desenvolveu a tecnologia.
Depois disso o que ocorre é que a água sob pressão vai para
um acumulador, que, de acordo com o professor, é o pulmão do dispositivo porque
é composto por água e ar comprimido em uma câmara hiperbárica e depois é
transformado em energia elétrica. Ou seja, mais uma opção de produção de
energia renovável, que usa de forma adequada a força das ondas, sem poluir o
meio ambiente.
O Ceará foi escolhido para esta grande experiência
porque tem os chamados ventos alísios, resultado do movimento de rotação da
Terra. O que garante que tenhamos ondas regulares no mar brasileiro na maior
parte do ano: “Nossas ondas batem de forma constante em mais do que 70% do
ano”, afirma Estefen. O projeto é financiado pela Tractebel Energia por
meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia
Elétrica, com o apoio do governo do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste
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