Apostila de curso da Copa do Mundo chamou cidade de 'porcaria' e paulistas de
'ignorantes'. Capacitação em turismo começou há 15 dias e empresa alega sabotagem.
A história dos municípios mato-grossenses foi completamente
distorcida em um livro usado em um curso de capacitação gratuito oferecido pelo
governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Trabalho e Assistência Social
(Setas), visando a Copa de 2014, em Cuiabá. A cidade de Cáceres, por exemplo,
de acordo com o livro, teria sido fundada por "um grupo de excomungados
gatos de botas que carregavam bandeiras, índios tabajaras, freiras lésbicas
celibatárias e fugitivos de um circo de horrores holandês". A apostila era
usada por alunos do curso de qualificação para atendente em hotelaria e
turismo.
Responsável pela ministração do curso e confecção dos livros, o Instituto Concluir, com sede em Cuiabá, informou ao G1 que acredita se tratar de uma 'sabotagem' supostamente cometida por uma ex-funcionária da instituição após ser demitida. "Todo material é revisado por uma equipe técnica do instituto antes da impressão. Acreditamos que por ter sido demitida essa funcionária fez isso", alegou o diretor da instituição, Aroldo Portela. Ele disse que, após descobrir o erro, as apostilas foram recolhidas.
"Já estamos sanando os erros e encaminharemos outros livros aos alunos para que não sejam prejudicados", afirmou. Ele disse ter instaurado um procedimento administrativo para apurar a irregularidade, assim como o responsável por cometê-la. "Não passou de um grande engano. Agora, nosso objetivo é corrigir o erro", enfatizou. Foram identificadas distorções sobre as histórias de Cáceres, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Poconé, localizados na Baixada Cuiabana.
Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado informou, por meio de assessoria, que irá tomar todas as medidas necessárias em relação à empresa contratada para ministrar o curso, bem como evitar que esse tipo de falha possa ocorrer novamente.
Responsável pela ministração do curso e confecção dos livros, o Instituto Concluir, com sede em Cuiabá, informou ao G1 que acredita se tratar de uma 'sabotagem' supostamente cometida por uma ex-funcionária da instituição após ser demitida. "Todo material é revisado por uma equipe técnica do instituto antes da impressão. Acreditamos que por ter sido demitida essa funcionária fez isso", alegou o diretor da instituição, Aroldo Portela. Ele disse que, após descobrir o erro, as apostilas foram recolhidas.
"Já estamos sanando os erros e encaminharemos outros livros aos alunos para que não sejam prejudicados", afirmou. Ele disse ter instaurado um procedimento administrativo para apurar a irregularidade, assim como o responsável por cometê-la. "Não passou de um grande engano. Agora, nosso objetivo é corrigir o erro", enfatizou. Foram identificadas distorções sobre as histórias de Cáceres, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Poconé, localizados na Baixada Cuiabana.
Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado informou, por meio de assessoria, que irá tomar todas as medidas necessárias em relação à empresa contratada para ministrar o curso, bem como evitar que esse tipo de falha possa ocorrer novamente.
Sobre Barão de Melgaço, o livro diz que se trata de um
pântano, com apenas 2,5% de terra fime. "De acordo com lendas passadas de
geração em geração, a primeira habitação naquele 'c... de mundo' foi feita por
um tal de Lourenço Tomé em meados do século XIX, que cuidava de uma pequena
roça produtora de sanguessugas medicinais". O município também é chamado,
no livro, de 'atoleiro inóspito' e de 'porcaria'.
"Povoado tornou-se município em 1953, porque é tão
longe de Cuiabá que nem se deram ao trabalho de tornar essa porcaria num
distrito da capital. Atualmente é só mais um fétido brejo no oeste do
Brasil", diz outro trecho da apostila, com a qual os alunos vinham
estudando há cerca de 15 dias. O curso visa capacitar profissionais para atuar
no setor hoteleiro de Cuiabá e das cidades situadas no entorno da capital
durante a Copa de 2014.
Na história de Santo Antônio de Leverger, o livro traz
ofensas ao Pantanal e aos paulistas, chamados de ignorantes. "Povoado que
surgiu lá pelo século XIX quando bandeirantes paulistas ali chegaram e se
depararam com uma vasta beleza natural e diversidade ecológica, e então falaram
'Que p... de Pantanal o quê? Nós viemos aqui para pegar ouro' (...) A grande
atração de Santo Antônio de Leverger são os paulistas ignorantes que erraram o
caminho para ver o Pantanal de Barão de Melgaço e acabaram indo parar em Santo
Antônio de Leverger".
Além da suposta fundação por "índios e freiras
lésbicas", Cáceres teria em sua história, conforme o livro, supostamente a
morte de 40% da população no século passado por conta de uma praga.
"Todavia nem tudo são flores, pois em 1970 uma praga destruiu todos os pés
de manga da região, o que resultou num período de fome que matou 40% da
população da época".
Entre os fundadores da cidade, localizada às margens do Rio
Paraguai, também estariam 'aventureiros, meretrizes e muambeiros', que teriam
sido seduzidos pela abundância em ouro e ficado presos para sempre'.
"Turistas também vão conhecer Cáceres por esta ser nacionalmente conhecida
como a capital universal da poeira", diz outra parte do livro, distribuído
para aproximadamente 40 alunos.
Na apresentação do livro, a secretária de Assistência Social
de Mato Grosso, Roseli Barbosa, destacou que a intenção do curso era propiciar
conhecimento aos alunos. "Sabendo que a qualificação profissional é um dos
instrumentos para a inclusão e ascensão social, estamos oferecendo a você este
curso, que propiciará novos conhecimentos, com o propósito de inseri-lo no
processo produtivo de Mato Grosso", consta em trecho na abertura do livro.
INFORMAÇÕES: http://g1.globo.com/
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