Conhecido pelo potencial em pesca artesanal, o município de
Caiçara do Norte, distante 149 quilômetros de Natal, surge como possível
solução para exportação da produção do setor de mineração. Uma falha
geológica no mar, que aumenta a profundidade das águas de cerca de 7 metros -
comum a quase totalidade do litoral do Estado - para cerca de 12 metros, faz da
cidade praiana potencial atracadouro de embarcações de grande porte
(graneleiros com capacidade de 50 mil a 100 mil toneladas). Os dados
fazem parte de um relatório da Capitania dos Portos repassados à Codern.
Caiçara do Norte: Uma falha geológica no mar da
cidade favoreceria a atracação de embarcações com capacidade de até 100 mil t.
Mais do que ser favorecida pela geologia marítima, para o porto chegar a cidade
praiana de 6,2 mil habitantes, incrustada no Litoral Norte do Estado, é preciso
vencer alguns desafios. A consultora na área de logística, Karla Motta, destaca
a necessidade de um projeto integrado na área de logística de transporte.
Atualmente, o acesso a cidade é feito por duas rodovias estaduais, a RN- 120,
que liga Caiçara a João Câmara, e a RN-129, estrada carroçável com acesso a
Jandaíra.
O projeto integrado deverá contemplar o tráfego pelo modal ferroviário e
marítimo, além de atração de empresas prestadoras de serviços que permitam o
funcionamento portuário e de estruturas de regulamentação de mercadorias,
atividades aduaneiras, pontua Karla Motta.
No caso do minério, esse corredor logístico deve interligar os pólos produtores
localizados nas regiões do Seridó e Central Potiguar, ao novo porto no litoral
Norte.
Estudo
Para isso, o diretor-presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, coloca
como prioridade ter um bom estudo que comprove a viabilidade econômica e
técnica de um projeto integrado. “É isso que pretendemos fazer em parceria com
a Fiern, que está capitaneando esta articulação”, analisa.
A Federação das Indústrias, explica o presidente da entidade, Amaro Sales, está
buscando parcerias junto ao poder público e iniciativa privada para elaboração
de estudos e projeto. “Precisamos do respaldo técnico. Não vamos trabalhar com
achismos”, diz em referência ao projeto de ampliação do cais do Porto de Natal
para a margem esquerda do Rio Potengi. Sales enfatiza a necessidade de se
identificar as demandas para exportação. “Inicialmente temos a mineração, mas
poderemos atender outros setores”, afirma.
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