A produção de frutas irrigadas em Mossoró e região pode ser a próxima vítima da seca. Principal empresa produtora do momento, a Agrícola Famosa pode reduzir a sua área de plantio em 20%, caso o inverno não se configure.
O presidente da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, justifica que a empresa está enfrentando problema com água em todas as áreas em que atua no Rio Grande do Norte, já existindo decisão para redução de 30% da produção no Vale do Açu. “O nível da água dos nossos poços está baixando, além de a água estar ficando mais salinizada”, explica.
A produção está sendo transferida para o Ceará, ‘onde a oferta de água é mais segura’, destaca o empresário. Luiz Roberto Barcelos destaca que em curto prazo a única solução para o problema é o inverno. “Em logo prazo o poder público pode fazer um distrito de irrigação para ter mais segurança com relação à oferta de água”, argumenta.
A Agrícola Famosa conta com 2.000 hectares plantados, que podem ser reduzidos a 1.600. A medida vai refletir diretamente no mercado de trabalho de Mossoró. Hoje, a empresa contrata cerca de 3.000 trabalhadores durante a safra. Se a redução for feita, 600 empregos a menos serão criados. “Estamos todos torcendo pra chover para que nada disso seja necessário”, enfatiza Luiz Roberto Barcelos.
O presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex), Segundo de Paula, diz que tem conhecimento das pretensões da empresa, mas argumenta que se chover pelo menos para abastecer os mananciais o problema dos poços estará resolvido. Segundo de Paula destaca que Agrícola Famosa não pretende deixar Mossoró, mas se vê obrigada a reduzir a produção local se não tivermos chuvas. “Não gosto nem de falar na possibilidade de não termos inverno”, declara.
A Agrícola Famosa não teve sucesso na tentativa de comprar os ativos da extinta Nolem. Luiz Roberto Barcelos informa que a juíza que cuida do caso acabou não aceitando a oferta apresentada. O empresário acrescentou que a juíza decretou a quebra da Nolem e anunciou realização do leilão da empresa provavelmente em seis meses. “Não chegamos a um acordo para fechar a compra da empresa, mas mantemos o interesse e vamos tentar adquiri-la no leilão”, adianta Luiz Roberto Barcelos.
O processo da Nolem corre na 2ª Vara de Recuperação de Empresas e Falências do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, com sede em Fortaleza/CE, e visa arrecadação de dinheiro para pagamento de dívidas. A empresa, que já foi a maior exportadora de frutas do Rio Grande do Norte, fechou em 2009.
Fonte: http://www.defato.com/
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