Reservatórios como a Barragem de Umari não têm sido
utilizada para atender a população
A situação da seca no semiárido nordestino continua gerando
polêmica e discussões sobre o que deveria ser feito para evitar os problemas
que se repetem a cada ano de estiagem. Em depoimento na audiência pública da
Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados no mês de novembro, o diretor
da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional
afirmou que 10 milhões de pessoas foram atingidas em 1.317 municípios. A falta
de chuvas vem causando a morte de animais e a saída de pessoas do campo para os
centros urbanos por falta de água.
Na mesma audiência na Câmara dos Deputados, o professor João
Abner, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialista em recursos
hídricos que há décadas se dedica ao problema, assegura que a fome, seca e
perdas poderiam ser evitadas se houvesse programas de abastecimento de água
como o Luz para Todos. “Tem água sobrando para consumo humano e animal”,
assegura. “Tem estoques de água suficientes para atender plenamente, mesmo em
época como agora. São 10 bilhões de metros cúbicos armazenados na região acima
do Rio São Francisco, em grandes reservatórios.” Só que não há sistemas de
abastecimento ligados aos açudes, que servem apenas aos grandes proprietários
rurais. E "com menos de 20% da disponibilidade hídrica dos reservatórios"
se atenderia a toda a demanda local.
Mais surpreendente ainda, diz o professor Abner, que "o
Semiárido brasileiro é um dos sistemas ambientais mais chuvosos no mundo, mas o
acesso à água não está democratizado". Há 60 mil açudes reservados para poucos. E 95% da água
perde-se na evapotranspiração.
Fonte: Defato
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