quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Parque Eólico Alegria - RN




O Parque Eólico Alegria está sendo construído no município de Guamaré, no estado do Rio Grande do Norte. Com capacidade instalada total de 151,9MW, Alegria será o maior parque eólico do País. O parque ocupará uma área total de cerca de 1.900 hectares, na Praia do Minhoto, a aproximadamente 170Km de Natal.

O empreendimento é uma iniciativa da New Energy Options Geração de Energia, uma empresa brasileira, controlada pelo grupo Multiner, sediado no Rio de Janeiro, focado no desenvolvimento e operação de centrais de geração elétrica.

Parque é composto por duas unidades, Alegria I e Alegria II. A unidade Alegria I é composta por 31 aerogeradores com potência total de 51,15 MW, enquanto que na unidade Alegria II serão instalados 61 aerogeradores com potência total de 100,65 MW. Os 92 aerogeradores do complexo foram fabricados pela empresa dinamarquesa Vestas, líder mundial na fabricação deste tipo de equipamento. A unidade Alegria I encontra-se em operação desde Dezembro de 2010. A energia gerada está sendo escoada pela Linha de transmissão de 69kV, com extensão de 3,5Km entre a subestação Alegria e a subestação Guamaré da COSERN. 

Após a energização da Unidade Alegria II, a energia gerada pelo Parque Eólico Alegria será escoada pela linha de transmissão em 230kV, atualmente em construção, com extensão de 89Km entre a Subestação Alegria e a Subestação Açu II, onde será entregue ao Sistema Interligado Nacional. A instalação de tal empreendimento fará uso de uma fonte limpa e renovável – os ventos, evitando a emissão de 120.000 toneladas de CO2 por ano.




Caracterização Ambiental da Área de Implantação do Parque Eólico Alegria





A região de implantação do empreendimento está situada na Zona Costeira do Rio Grande do Norte e é caracterizada por praias arenosas planas. Tem como característica a grande incidência de raios solares, implicando, assim, a disponibilidade de energia luminosa, temperaturas elevadas com pouca e pequenas variações, com média em torno de 27,2°C. Apresenta-se sem chuvas a maior parte do tempo, configurando o clima da região como muito quente e semi-árido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono. A umidade relativa do ar, anual, é de 70,8%, sendo menor nos meses de junho a novembro, coincidindo com a estação seca de baixa pluviosidade. De acordo com a Rosa dos Ventos, oriunda do Atlas Eólico do Rio Grande do Norte (2003), os ventos nesta região têm velocidade média anual de 7,5m/s, a 75m de altura, e encontram-se na direção predominante Sudeste. 

A paisagem costeira reflete o resultado da evolução ambiental dos eventos pré-holocênicos a holocênicos, formando os mais diversos compartimentos do relevo. A Zona Costeira torna-se frágil devido às intervenções antrópicas e à complexidade ambiental, onde atuam conjuntamente vários fatores, tais como ventos, ondas, correntes, condições meteorológicas, erosão e deposição. A geomorfologia da região possui duas grandes unidades: uma relacionada aos Tabuleiros Costeiros, onde as rochas do Grupo Barreiras sustentam o relevo, apresentando formas de dissecação; a segunda unidade ocorre sob formas de acumulação, contendo preferencialmente os corpos arenosos, formando dunas. 

O solo é caracterizado por sua textura arenosa e excessivamente drenado. Na região, a agricultura é praticamente inexistente, observando-se apenas culturas de subsistência em pequenas áreas. As limitações ao uso agrícola decorrem da falta d’água, da pouca capacidade de retenção e da baixa fertilidade natural, sendo, portanto, indicados para culturas de ciclo longo tais como o sisal, caju e coco. Apresentam condições favoráveis ao uso de implementos agrícolas e seu aproveitamento racional requer adubações parceladas e irrigação no período seco. 

A hidrografia da região é representada pelo Rio Camarupim, que se encontra com o Rio Porto do Capim e deságua no Oceano Atlântico. Como os demais rios da região, sofre influência da dinâmica marinha e das marés, gerando canais de marés que controlam as zonas de supramaré e intermaré. 

Estudos botânicos recentes mostram que as dunas e restingas recebem influência florística da Mata Atlântica e das Caatingas no interior do Estado, a partir do complexo vegetacional litorâneo, São, portanto, caracterizadas por vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de pequeno porte e espalhadas. 

Quanto à fauna, o litoral não ostenta a exuberância de outrora, pois muitas espécies desapareceram. No entanto, na área de implantação do Parque, há uma grande diversidade de aves, destacando-se o beija-flor (chorostibon lucidus), o azulão (cynaloxia brissono), o socozinho (butorides striata), dentre outras. A mastofauna está representada por indivíduos geralmente de pequeno e médio porte, como a raposa (ceredocyon thous), sagui (callitrix jacchus) e o tatu-peba (euphractus sexcinctus). Os répteis são mais fáceis de serem encontrados e, como esperado no Bioma Caatinga, foram observadas espécies venenosas como a jararaca e a cobra coral. Nas áreas marcadas pela criação antrópica destaca-se a presença de gado bovino, caprinos, eqüinos, galináceos entre outros animais domésticos. 


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